O santo e a deusa

Perdi o jeito junto de ti
Satisfizeste-me naquele fim de tarde
Com cores de azul e carmim
Perdi o concerto de música clássica
Por me encontrar numa alegria assim
Verdades escondidas.
Serias o alfa e eu o ómega?
Aceitarias ser o inicio e eu o teu fim?
Discordância de olhares e perspectivas.
Vi-te no vestido azul.
A pele branca, o beijo que trás o perfume.
Perdi-te no meio da pista
Senti-te perto do outro lado
Sem ninguém mais à volta
Um bailado...
Os batimentos como música de fundo
O negrume do inimigo à vista
Aniquilei-o.
Passei pela linha de fogo
Queimei-me.
Pressenti que me olhavas, mas com palavras fugiste do jogo
Corro.
Percorro as memórias que foram
Tenho o teu corpo junto do meu a balançar
Quero dançar junto ao rio.
Transporta-nos, Nilo.
Dá-nos força de novo.
Quero a falta de ar...
Quero sentir o denodo
És de veludo...

No fundo o arco,
Atrás o Triunfo.
O Paris do amor.
O veneno sem dor,
matou à primeira sem grande fulgor
Na noite cristalina..
Reacendeu a chama,
Queimou o lençol de cetim...

O santo e a deusa encontraram-se, por fim!


Santeago Queirós

(o rejeitado sem olhar nos olhos.)

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