Morte inóspita? Ressureição ridicula.




As veias saltam-me corpo fora.
As minhas mãos endurecem de dor.
A minha cara descora-se da falta da brisa diária.

Sou um ser morto debaixo da terra com as esperanças furadas.
Sinto o prazer da dor, rio dela. A dor de viver.

As minhas unhas cravam-se no meu peito querendo tirar o pouco de fôlego que tem.
Vens buscá-lo? Não percas tempo.

Beija-me os lábios frios. Crava-me os teus dentes... Vê o sangue negro a escorrer.

Revivo?

Sim.

A tua frieza ressuscitou-me. Trouxe-me de volta a vida, numa perspectiva morta.
Olho-te com lágrimas de sangue.
Temi demasiado o dia em que virias me soltar para a raiva.


A camisa branca está agora manchada. A nódoa de sangue.

Desbotou. Rasguei a camisa, larguei-a no caixão.


Não sabem mais o que fui.

Contudo, saberão o que sou.

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