Equilíbrio.

Apetece-me gritar no fim do cimo do abismo para o inicio do espaço mais cheio de nada que existe.
Para aquele infinito que me completa. Onde nunca ninguém percebe quem eu sou. Até que a voz não doa de não se sentir, as pernas estejam latejantes, o choro compulsivo, o coração apertado. Mas ai, ai sei que encontrei o meu ponto. Serei mais que um simples super-herói. Serei o meu super-herói. Aquele que nunca será teu, apesar de ter estado ao teu mais apetecível alcance. Podes virar as costas, nunca mais irei ao teu encontro, meu rival e irritante eu, um vilão de mim, que faço o favor de aniquilar sempre que acorda comigo.
Um desabafo enriquecedor à minha alma, que brilha cada vez que perpetuo palavras ao vento, na esperança, sempre na esperança que elas vagueiem eternamente, no intemporal.
Por isso, rio-me em gargalhadas altas a seguir ao grito, ao choro e ao enfraquecimento fortalecedor da minha suprema áurea. Nunca me alcançarás qual raio de luz. Mais rápido que ela mesma, sou eu, num flash fugidio. Num voo mais alto que o alfa e o ómega, procedendo à maior viagem do meu ser ao melhor destino existente: o meu ego.


Viste-me passar? Viste-me sorrir-te? Não verás nunca mais. Eu sou o equilíbrio, e ele nunca se vê.

Comentários

  1. "Por isso, rio-me em gargalhadas altas a seguir ao grito, ao choro e ao enfraquecimento fortalecedor da minha suprema áurea."
    :)

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