Enquanto a nuvem se tornava densa, mas tão densa; o que me rodeava clareava, abria.
As flores brotavam, e a Primavera dava-se ao trabalho de me chilrear uma outra vez ao ouvido.
Era um poder e uma cor qualquer, que fazia ela aparecer mais cedo e duas vezes no ano.
O nonsense de jovem pantera, no meio da Savana, que desde cedo mostra o seu mais puro instinto, e masculinidade no meio.
Mas como em toda a Selva, o ritual de iniciação, sopra no menor pêlo deitado, e iriça-o. Iriça-me os pêlos e mantem-me desperto e alerta. Era uma prova.
Eu, como Pantera jovem, teria que saber o que é ferir a carne, e manchar a minha "manta real" de escarlate. Seria a minha força. Era o meu medo.
Os privilégios são esquecidos e as regras cumpridas. E ali na Savana, tudo mudava de cenário, como que um ancestral meu tivesse executado um feitiço cheio de fumos, e sombras, e uivos, e rugidos.
Eu era a Pantera Negra, mais transparente, que quando o meu adversário me trespassava as minhas marcas nem se notavam. Não era o mais forte, nem sou. Mas era o único. O único capaz.

Depois do meu ritual me ter ferido o lombo... Segui o caminho pela Savana afora, sozinho com aquela Primavera que se avizinhava mais uma vez.
Afinal tinha uma África para percorrer.



Comentários

  1. é um longo (e novo) caminho a percorrer :) *

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  2. o que eu vou dizer nao é mentira... (por isso, quando eu carrego para comentar nao devia aparecer "mentira")... ESTUPENDO.

    já tinha saudades de vir a estas bandas!

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  3. Gosto muito dji você panterinha..lalala :P

    Gostei muito! Muito bom!

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