Sempre fui do tipo de homem que se apaixona, e apaixona. Ilude-se tão facilmente como azeda o leite debaixo de sol.

Será uma procura de um estado estático de vida. Sei lá. Só sei que procuro o refúgio em mulheres que me dão e que vão tão rapidamente como o suor do meu corpo.

E depois penso eu que serei capaz de dar a uma mulher se não uma deficiência de mim, um suor forte, um cheiro másculo, um corpo errante... e se calhar prazer.

Mas serei essa presença na vida delas que passa. Que falam. Que olham. Que dizem que querem viver comigo para sempre, naquela cama... Sei lá.

Foquei-me tanto em mim que esqueci delas? Talvez. Tem tudo a ver comigo, até encontrar aquele quarto escuro que me confortará, e não verei as expressões falsas e doridas, num desejo de fuga rápida. Apenas esperando que algo mude em mim, para que elas se sintam seguras.

Não serei esse homem para ninguém. Muito menos para mim.

Por isso corro...

O meu corpo está escorregadio e não mais me seguram. Não sei onde ficou o valor de mim. E se algum dia o depositei em alguém.

Por isso corro.

E de uma certa forma morro dentro de mim.