Minto apenas para verem como sou perfeito e bonito. Minto em palavras que queres ouvir, minto em desejos que nunca tive. Mantenho-me mentiroso e falso, só para amar à minha maneira fúnebre.
Tenho a faca junto à garganta, crava-me esta lâmina enferrujada de mentiras eternas, que este mundo me propõe como a melhor via à liberdade.
Ninguém sabe quem sou, escondo-me assim. Ninguém viu a minha face, nem sentiu o meu perfume, nestas ruas cheias de gente, que pisam um paralelo ensanguentado de vivências e segredos só seus.
Sou apenas mais um mentiroso no meio de vocês perfeitos comuns (e falsos). Não vos adianta querer me acusar de vigarista. Vigarizado fui eu quando cai nessa calçada.
Rastejei.
Nunca ninguém me viu a cair. "Eu não cai!" Minto de novo, porque sou o poder e o sarcasmo que vive dentro de vós.

Sei que me amas.
Sou o teu bendito e glorificado, orgulho.