O Céu e o Mar

Encontraram-se naquela esquina.

Confusos, entre olharam-se , olharam-se...

Focaram-se um no outro perdidos no nada , unidos em tudo. Não havia nenhuma explicação para o vazio à sua volta. Contudo, estava um barulho sem fim, onde eles ficavam assim perdidos na multidão; o olhar molhado como o último beijo que deram.

Aquela esquina parecia não ter saída. Eles de frente um para o outro sem nada falar ou pestanejar.

Vistos de fora estavam duros, estáticos. Não saiam dali. Os constantes encontrões que recebiam não os fazia mover dali.

As pessoas questionavam-se que espírito teria os possuído de tal forma que não se mexiam dali.

Isto tudo era a nossa percepção exterior.

No seu íntimo eles eram mais próximos que o coração e os pulmões. Outras veias os bombeavam e irrigavam. Falavam com as mentes, tocavam-se com o olhar. Pareciam distantes, mas eram tão próximos como o Céu e o Mar. 

Comentários

  1. Gosto da lascivia que consegues imprimir nas tuas palavras. Consegues um texto sensual sem precisares de descrever mais que uma troca de olhares.

    ResponderEliminar

Enviar um comentário