Becoming more than one

Envenenando horas a fio o espaço em que estou deitado, não me canso. Não me afasto da preguiça de te manter aqui ao meu lado como se fosse verdade.

Olho-te, rio-te, falo-te. Ainda te toco, sempre que te ouço. Porque sei que estás aqui ao meu lado a deixares-me ser envenenado por mim. Se bem que definho, e tudo pode parecer mal e ruim. Mas porquê? Se tudo é real e tu estás comigo?

Aqui, assim, não foges de mim. Concentraste, e não perdes a paciência de me sentir respirar. Porque a cada fôlego que tenho torno-me mais que um, soprando sempre em direcção ao infinito.

Não existem fins neste espaço onde estou deitado.

Posso estar alucinado quando me sussuras ao ouvido todas as promessas infundadas e incumpridas e mesmo assim te mantens ao meu lado. Posso não me mover crendo que só tu me mexes daqui para além só com esse falso amor.

Pois que infundadas são estas perspetivas românticas, que é preciso estar para se amar.

Eu não estou, nem apaixonado, nem encontrado em ninguém.

Apenas me estico neste pano cru, onde todos os momentos foram criados pelo meu ser.

Não estavas tu ontem, também, sentado naquele passeio, acreditando que ela voltaria outra vez para ti?

Salta essa fase. Deita-te, mesmo que no passeio.

E envenena-te.

Ela nunca se foi embora.

Comentários

  1. Adoro, sabes disso! continua a escrever, daqui a uns anos tens um livro... um best-seller!

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  2. Obrigado meu amigo, quem me dera vir a ter um best-seller. :D

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