Não faço ideia de que cor é o mar,
Se azul do céu ou branco do ar.
Toda a incerteza da cor,
Se é fogo ardente
Se queima a dor.
A discrepância não suporta nem importa
As infelicidades do amor,
Porque são mais que muitas
E o abuso devastador.
Não valem a fraqueza nem a inconstituição da carne.
Não valem nem nada são.
São desvarios e arrepios de um comum pagão.
Não focam a pureza.
Correm de mão dada com a avareza.
E nem merecem o pão pela razão.
Porque o que confunde não é cor,
Nem isso importa.
São as desgraças dos errantes,
As merdas dos amantes,
E as culpas dos pensantes.
Os incomuns que nada carregam
Perdem de vista o horizonte
E procuram em outra fonte o seu discernimento.
Pois todo o seu alento
É debaixo do sol.
E o fumo do nevoeiro trás calores antes não presenciados.
E torna-nos inabaláveis,
E ruma-nos ao mergulho nas águas do mar
Onde tudo começa,
Onde tudo se recria
Até o amar.

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